segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Brasileiros nas escolas japonesas

Estudar em uma escola japonesa não é tarefa fácil para crianças e jovens brasileiros. Idioma é principal barreira

23.12.2008 




 Estrangeiros possuem problemas de compreensão em escolas de Tochigi


Imagine-se no primeiro dia de aula em uma classe onde os colegas falam uma língua quase incompreensível e o professor passa lições na lousa em uma escrita mais complicada ainda. A cena pode parecer extrema, mas representa o ambiente que uma criança brasileira enfrenta quando começa a freqüentar uma escola no Japão. A barreira do idioma japonês continua sendo uma das maiores dificuldades, apesar do acesso às aulas de reforço oferecidas aos estrangeiros.

Nada mais nada menos que 63,2% dos estudantes estrangeiros afirmam não entender parte do conteúdo das aulas nas escolas japonesas, revela uma pesquisa realizada pela Faculdade de Estudos Internacionais da Universidade Utsunomiya. A dificuldade mais citada na pesquisa foi justamente a compreensão da língua japonesa, seguida pelo entendimento das matérias de estudos sociais e ciências.
A pesquisa perguntou também o que as crianças mais gostam na escola. Em primeiro lugar, está a hora do intervalo, em seguida, os amigos e depois as aulas práticas. O resultado faz parte do levantamento feito em 13 grandes cidades da região de Tochigi. Foram ouvidos ao todo 222 estudantes estrangeiros, dos quais 38,2% eram brasileiros.

A situação não é mais dramática porque os estudantes acabam solucionando dúvidas com o professor, amigos ou o responsável pelo curso. Por isso, 54,1% dos entrevistados responderam que não consideram as aulas difíceis. Ainda assim, outros 22,2% disseram que as aulas são complexas.
A pesquisa foi dividida em três partes: com os alunos, os pais e os professores. Os mestres afirmaram que também encontram dificuldades. “Houve a sinalização por parte dos profissionais de ser difícil ensinar em alguns casos porque o conhecimento do idioma japonês é desnivelado”, explicou o professor Matsuo Tamaki, um dos coordenadores do levantamento.

Na pesquisa com os pais, uma das reclamações mais freqüentes foi o tratamento desigual entre brasileiros e japoneses. Eles gostariam ainda que houvesse aulas de português. Afinal, a maioria não possui uma definição segura quanto à permanência no arquipélago ou o retorno ao Brasil.


PAIS
Pedidos dos pais:
tratamento igualitário entre brasileiros e japoneses, aulas de japonês e português

O filho aprende as matérias?
40% razoavelmente
37,1% sim
22,9% não aprendem

Quanto ao futuro:
46% estão tranqüilos
40% se preocupam
14% deram outras respostas

Comunicação em casa:
36,9% falam português e japonês
22,1% apenas português
17,4% falam mais português
23,6% não responderam
ESTUDANTES
136 alunos que fazem aulas de reforço em japonêss

Compreensão das matérias:
63,2% não entendem tudo
31,6% entendem
5,1% não responderam

Principais dificuldades:
língua japonesa, estudos sociais, falar em público, ciências, matemática, comunicação

Conversa com colegas japoneses:
47,1% entendem bem
46,3% entendem parcialmente
5,8% não entendem bem

Conhecimento do idioma japonês:
80,9% sim
18,4% não
0,7% não responderam

O que mais gosta na escola:
hora do intervalo e do lanche, amigos, aulas práticas, atividades depois da aula e professores

Escolaridade:
70,6% ensino fundamental

Dificuldade nas aulas:
54,1% não acham difícil
22,2% acham difícil
23,7% não responderam






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